sábado, 21 de janeiro de 2012

S.H.

Em algum lugar do tempo que já passou, existiu uma garota. Ela nada tinha de especial, não era nem mais alta, nem mais baixa, mais bonita ou feia, apenas mais uma na imensidão. O que a tornava no minimo interessante era o que acontecia com ela em toda e qualquer sexta-feira 13.

Muitos mitos e lendas cercam essa data que ocorre em determinado período, sem falta, e para essa menina todos os mitos e lendas, sobre essa data relacionadas ao azar, eram verdades.

Toda sexta precedida por uma quinta 12 algum desastre se abatia sobre ela, febre, tempestade, membros quebrados, dores, tombos, atrasos. Não importava se ela acordasse e não se mexesse ou se ela saia por ai, algo sempre acontecia.

Numa sexta 13 de janeiro essa garota acordou sentindo um gosto ácido na boca, tentou um chá, mas tudo que conseguiu foi uma camomila ácida e azeda saindo de sua garganta. Depois de limpar toda a sujeira que a sexta havia provocado ela pensou que não podia ficar pior.
E lá foi ela ao cinema, enfrentou um transito caótico, chuva, um arranhão no braço, algumas cotoveladas e, quando enfim chegou, encontrou uma fila enorme na bilheteria, mas pra ela ainda estava valendo a pena, ela queria muito assistir esse filme, que tinha sua estréia marcada pra aquele dia 13. Teve um pouco de sorte e conseguiu comprar o ultimo ingresso para as ultimas fileiras. Estava radiante, finalmente algo de bom na sexta-feira.

No meio da sessão, alguém, algumas fileiras na frente da jovem, se levantou, ela nem ligou, estava focada no filme, a pessoa se virou para o fundo do cinema, levantou uma das mãos, mantendo-a erguida a frente do corpo na horizontal, um estampido forte ecoou na sala. A menina nunca mais teve outra sexta-feira 13.


MR

2 comentários:

  1. esse é sombrio, como toda sexta-feira 13 na mente dos que creem em tal coisa.

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  2. E o filme era "Sexta-feira 13"?

    MUAHAHAHA!

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