Ela estava distraída com seu fone que inundava seus ouvidos
com musicas, a levando para longe de sua rotina. Um olhar para o lado e a
rotina tomou formar de interesse.
Ele já
a havia notado, mas os fones dela o repeliam de qualquer contato, então tudo
que podia fazer era continuar a olha-la. Um movimento e tudo, agora, era possível.
Ela já
o tinha visto antes, ontem mesmo, pensou nas possibilidades, eram tão remotas,
quis ir até ele. O trem chegou e ela teve que embarcar.
Ele
estava sentado no vagão, pensando nela, naquele breve encontro de olhares,
queria ter tido coragem e ido atrás dela, talvez não fosse tarde, ela estava
apenas uns vagões à frente. O trem parou e ele teve que desembarcar.
Ela
andava em direção a escada rolante, quando o viu no pé daquela mesma escada, apressou
o passo. Ele já havia chegado ao topo.
Ele não
acreditava que ela estava apenas a uma escada de distancia, ele devia reduzir a
velocidade, dar a ela uma chance. A multidão tinha pressa e o carregou.
Ela
correu o máximo que pôde, apenas para encontra-lo, não podia desistir agora. Lá
estava ele, somente uns poucos degraus acima da escada paralela a dela.
Ele já
estava próximo ao ultimo lance de escadas, ela provavelmente estava vindo nessa
direção, podia espera-la na plataforma. Mas lá estava o trem novamente e ele
teve que embarcar.
Ela já
havia perdido as esperanças, o perdera em meio a multidão, desceu as escadas,
quem sabe ele estaria na plataforma. O trem foi o que ela encontrou e teve que
embarcar.
Ele
desembarcou, havia a perdido para sempre, mas se atreveu a olhar pra frente, e
lá estava ela e seu fone, ele andou o mais depressa que pôde, ficou a poucos centímetros
dela e a alcançou na saída da estação, descendo os últimos degraus ao seu lado.
Ela
seguiu em frente, ele virou a esquerda, ela olhou para trás, ele também. Nunca
mais se viram.
MR