quarta-feira, 29 de maio de 2013

Para que não lhe falte nada, Para que não chore mais

Eles estavam sentados no sofá dela. Carol se acabava em lágrimas e Gustavo, sentado ao seu lado, a abraçava numa tentativa falha de fazer a menina se sentir melhor. 
Horas e horas, sem palavras, Gustavo não sabia o que fazer com as lágrimas da amiga, a amiga não conseguia parar de chorar. Gustavo a abraçava mais forte, então, num ato de desespero, para abafar os soluços, trouxe a cabeça de sua amiga para junto de seu peito. 
Ele já não escutava nada, talvez finalmente Carol tenha se acalmado.
- Eu preciso de um coração. - disse Carol, ela fez uma pausa, desencostou do peito do amigo, olho-o nos olhos e continuou - Você me daria o seu?
- Me dê uma faca e ele é seu. - respondeu Gustavo sem pestanejar.

Dias se passaram, talvez não muitos, e Carol encontrou aos pés de sua porta uma caixa com um bilhete "para que não lhe falte nada, para que não chore mais.". Ao abrir a caixa, Carol a deixou cair, o conteudo foi ao chão e também Carol, que acompanhou com o olhar o coração rolar pela rua e ser atropelado por um carro.

MR

terça-feira, 28 de maio de 2013

das coisas que ela não conta.

    Júlia escrevia tudo em seu diário, todas as coisas do mundo. Quando o sol aparecia, ela via e escrevia. Quando a lua chegava, ela via e escrevia. Quando sentia o gosto de café com leite, ela sentia e escrevia. Quando sua mãe lhe contava histórias, ela ouvia e escrevia. Quando seu pai não vinha, ela sentia e escrevia. Quando ganhava um brinquedo, ela se alegrava e escrevia. Quando sua avó lhe fazia um bolo, ela comia e escrevia. Quando brigava com seu irmão, ela sentia raiva e escrevia.
   Mas Júlia não escreveu todas as coisas do mundo. Muitas das coisas ficaram jogadas pelo quarto quando o sol e a lua chegavam. Jogadas pelo ar quando sua mãe lhe contava a história. Jogadas nas ruas quando seu pai não vinha. Jogadas na estante quando ganhava um brinquedo. Jogadas na forma quando sua avó lhe fazia um bolo. Jogadas no espaço quando brigava com seu irmão.
  Era apenas Júlia.



P.R

domingo, 26 de maio de 2013

Para as Estrelas

Numa prece ao céu, em meio as lágrimas que correram, vi tudo claro. E se as estrelas sumiram, foi de vergonha, pois sei que elas jamais me abandonariam, não assim...

...por favor.

MR
parcele seus sonhos em 12 vezes sem juros
pague a primeira parcela só depois da primeira desilusão.


P.R


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Promessas Falhas

Você me prometeu milhões de abraços
mas foi no braço do sofá que eu fui descansar a cabeça
Você prometeu ficar
mas não me avisou que era com a tal de Tereza 


MR 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Solução

E você é uma das melhores pessoas, 
jamais poderia negar isso.
Você é, assim, uma coisa boa.
Mas você partiu meu coração

Simples,
essa é sua ultima chance:
recolha os pedaços
prometo ajudar.

Mas se não...
bom...
dai é

adeus.

MR


sábado, 11 de maio de 2013

O que quero ser quando crescer

Se eu pudesse escolher,
Eu seria:
Pescadora
Desenhista
Piloto de avião
Paraquedista
Jogadora de futebol
Maratonista
Química
Professora
Inspetora ou até empresária

Mas a vida não deixou
Ela achou melhor assim
As palavras me encontrarem

E achei melhor não discordar
E como poderia?

Então não fui nada do que quis
Mas fui o que a vida deu pra mim
Todas
Essas
Pequenas
Coloridas
Grandes
Dramáticas
E divertidas
Todas as palavras
Todas essas vidas.


P.R e MR

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sem Título

E tudo ficou distante
As cores incoerentes 
As vozes sumiram
E o que restou era vivo demais pra ficar
Se foi tudo
Se foram todos

Eu fiquei.

Na confusão que criei
Os símbolos que vi
Será que posso seguir?
Será que é proibido ir?
E o resto era muito vivo
Tudo se foi
Todos se foram

Fiquei.

Vê o túnel?
Vejo os corredores 
Alô?
Vivos demais pra ficar.
Se foi
Se foram

.


MR