sábado, 2 de agosto de 2014

o tempo

já faz quase um ano. e eu gostava tanto de você (gosto pra sempre). um dia desses sonhei que você estava com medo de morrer. esse medo é  meu, é nosso, é de todos. e esse medo também é o que eu sinto de mim mesma, por isso escrevo sempre em letras minúsculas; pra não sobressair nem uma nem outra vogal ou consoante, afinal é de todos. eu escutei de novo aquela música e entendi o que ela queria me dizer. não era nada daquilo que me dizia há um ano atrás, mas ainda assim era a mesma coisa. é só que eu não queria entender antes. ver que o tempo é necessário. e o tempo e o vento, sim o vento também, os dois, te levam onde nunca imaginarias estar. e contando com a inexistência do tempo e a inconstância do vento, podemos ir pra onde quer que seja. acreditando que isso seja, supostamente, a verdade do universo, podemos sempre estar e fluir. você fluindo pelo cosmo, e eu, apenas estando aqui e agora. um bom final sem letras maiúsculas, travessão, aspas, espaços para parágrafos, nem muito menos um ponto final



Paula Raia