sábado, 21 de janeiro de 2012

a hora do chá

naquela manhã estava sentada na poltrona ouvindo meu programa de rádio favorito. foi quando, de repente, o telefone tocou. senti um frio na espinha. corri. atendi. a voz do outro lado parecia não menos aflita que eu. era Jorge, um amigo de longa data. pediu que eu fosse, o quanto antes, à sua casa e desligou sem se despedir. fiquei petrificada com o telefone na mão. quando me recuperei do susto, desliguei o rádio e sai de casa. no caminho até sua casa fiquei imaginando o que poderia ser tão importante para Jorge me ligar uma hora dessas, afinal, com a vida que leva, jamais havia se levantado antes do meio dia  em qualquer dia. será que teria ele matado sua empregada Margarida? hmm... acho que não. Margarida sempre o fazia ficar irritado, mas não acho que chegaria a tanto. ou será que teria perdido toda sua fortuna nos jogos de ontem? apertei o passo e caminhei o mais depressa possível. quando finalmente cheguei em sua porta, tomei folego e toquei a campainha. Margarida abriu a porta e disse-me que Jorge aguardava na sala de estar. ele estava sentado em uma das poltronas. sentei-me na outra. pediu então que Margarida nos servisse o chá. perguntei imediatamente o que havia acontecido. Margarida chegou com o chá. ele parou, olhou-me nos olhos e disse: "estou morrendo". eu sorri aliviada e disse-lhe que isso era uma coisa muito engraçada de se dizer, afinal, todos nós estávamos.  ele sorriu de volta e continuamos a tomar o chá. 


P.R

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