sábado, 15 de setembro de 2012

O Último Café

Eu fiquei muito tempo olhando aquela cena vazia
sem saber o que fazer
Por mais tempo ainda observei aquele silêncio
sem saber o que dizer
Onde foi que seus olhos me deixaram?
Quando foi que deixei de ver a realidade?
Em que ponto da história morri?
Pra você, pra nós
O silêncio vazio do seu sorriso para...
...quem?

MR

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Entre Nós

Será que você não percebe
que entre nós há um céu
de amor?
Como pode não notar
que pra onde você vai
eu vou?
Preto e branco
colorido
o importante é estar contigo

Será que você não percebe
que entre nós há um céu
de rancor?
Como pode não notar
que quando você vem
eu vou?
Preto e branco
colorido
o importante é que não fale comigo.

MR

terça-feira, 11 de setembro de 2012

sobre as ruas...


Naquela tarde eu sai de casa e sem perceber acabei mudando meu caminho pra te encontrar. Andei por avenidas, viadutos, ruas, ruelas, pelas quais jamais havia passado. E eu te procurei em todas as esquinas e cruzamentos. Eu queria te encontrar pra dizer tudo o que eu estava sentindo ou só pra ficar em silêncio ao seu lado. Mas eu nao te via em meio a neblina. Não conseguia chamar seu nome, pois as palavras haviam se perdido de mim. Eu tentei, eu corri. Mas não te encontrei.

P.R

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

as palavras foram embora,
fugiram
pela mesma rua em que me perdi de você.

P.R

domingo, 2 de setembro de 2012

Troxa

Eu decorei aquelas palavras
eu as engoli todas de uma vez
e pra ter certeza da minha lucidez
as escrevi

Como um lembrete
da minha própria vontade
que me esforço para tornar realidade
fiz delas meu mantra

Repetindo, repetindo, repetindo
o que preciso acreditar
fingindo a verdade que eu precisar
para continuar vivendo

MR





quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Para Paula

De gramática nunca fui boa
mas fiquei inquieta
já que na nova ortografia
é só "para"
então minha irmã indagava
"'Muita magoa para o coração'
a magoa é muita para o coração
ou ela o faz parar?"

MR

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Das Minhas Expectativas


E quando não tinha caras, quando não sabia de teu nome, não tinha olhos, uma voz, quando era imagem, só imagem, uma ideia de sombras, uma alucinação da minha cabeça, enquanto não existias fisicamente no meu campo de visão, não houve época mais feliz. Não houve, te afirmo que não houve, não haveria de ter dias mais ensolarados que estes de minha inocência.

Então veio tuas costas, teus cabelos, tuas roupas, teu nome nunca saberei, mas tua existência já me assombrava, me rodou tudo de uma vez, me roubou tudo de uma vez, e tudo de uma vez perdi meus dias de sol e calor, os dias da mais terna felicidade, todos os dias que estavam por vir, se foram, só porque tu, mórbida existência, resolvestes entrar da maneira mais cruel na minha vida. Não culpo somente a ti, sei que essa realidade inóspita não me mostraria tua face mais gentil, mas não esperava que tu fostes aparecer daquela maneira, de costas, me deixando apenas a visão dos olhos que levaram do céu ao inferno. Dois corpos, que não os meus, o teu e outro.

Tens rosto agora, uma voz que abomino, um sorriso languido, estilo duvidoso, maneira estupida de querer estar no topo, e conseguir. E aqui é onde digo,o que realmente me atormenta, não és por ti que nutro ódio, pois tu és vitima do meu destino, meu ódio direciono ao meu amor que estas ao teu lado, meu amor. Que ironia mais infame a que me vejo presa, odeio meu amor que não posso odiar, pois o amo, não posso te odiar, já que assumo e reconheço que nada tens a ver com minha desgraça. Já que não posso odiar ninguém além de mim e como me considero vitima de meus próprios muros, o que posso fazer é acrescentar cimento e tijolos sobre tudo.

MR