Nesse instante febril
da tarde madrugada me pego pensando no que mais queria ignorar e, usando
palavras que nem sei se por certo cabem aqui, tento descrever meus pensamentos
de você.
Sobre
como esqueço sua existência e a recupero na cor do céu, sobre seus olhos
brilhando no tom da luz da lua, sobre sua boca dizendo sacrilégios. E aqui meus
olhos procuram o seus, mas não o encontrarão, você não está ao meu alcance,
abandono o céu e você.
Volta
o frio vazio da madruga a me assolar e penso em seus braços seguros, seu corpo
junto ao meu, o calor do sol que ele emana e volto ao céu, volto em você. Ouço
seus passos na nuvem mais próxima, mas eles nunca me alcançarão, abandono o céu
e você.
E
antes que volte a me perder no céu do seu perfume inebriante, querendo seu
abraço, sua voz, seus passos, sua boca, você, antes que eu me lembre da
sua existência. E nesse ponto já fui tão invadida pelo seu hálito fresco
do céu da manhã que faço força para lembrar que tudo que eu divido com você é o
céu sobre nossas cabeças, a minha aqui, a sua ali, a minha em você. Olho o céu.
MR
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